quarta-feira, 4 de março de 2009

O brasil, você, e a crise



As respostas estão indicadas com a mesma cor das perguntas



O que podemos fazer para ajudar o Brasil no atual momento de crise?


Esperar os governantes resolverem a crise é a única coisa que podemos fazer?

Quem sofre primeiro com a crise?

De onde vem a crise?

A postagem que vou fazer pode ficar cansativa, mas vai mudar seu modo de ver a crise. Primeiramente devemos partir do entendimento de que a crise não é de abastecimento, não está faltando nada no mercado. O problema é grande, mas o Brasil tem muitas possibilidades de reverter a crise ao seu favor. Buscando a raiz da crise, todos vão chegar no Bill Clinton, ele foi um grade presidente, que ostentando um déficit publico no valor de US$0,00, viu uma possibilidade de esquentar a economia com uma redução na burocracia para empréstimos pessoais. O fato é que a estrutura do mercado absorve qualquer crise de abastecimento em longo prazo, mas crise de confiança é o tendão de Aquiles do capital especulativo.

Toda a economia mundial sofre por falta de confiança, primeiro o problema foi entre os bancos, mas hoje o problema virou um monstro, e eu desconfiava que alguns governos poderiam até estar movimentando dinheiro sem lastro, mas não desconfiava que os Estados Unidos seriam abalados economicamente por uma crise criada por sua própria estrutura de mercado. Cada economia do planeta tem o seu lastro em reserva basicamente de ouro, que corresponde ao valor que circula no mercado em dinheiro vivo, mas existem os juros, e rendimentos que não tem lastro em e nem mesmo chegam a ter dinheiro em espécie correspondente ao capital especulativo que circula na economia.

O lastro verdadeiro de cada economia é bem peculiar, e pode ser a chave para tirar ou não tal economia de uma crise. No caso dos EUA, o lastro verdadeiro é a casa própria. A economia americana é baseada no crédito, com hipotecas de casas, empréstimos, e cartões de crédito sendo usados indiscriminadamente. O alto padrão de consumo e endividamento americano, sempre foi sustentada pela facilidade de crédito...mas "a casa caiu".

No momento que um americano não foi capaz de pagar sua hipoteca, e os juros da divida superaram o próprio valor do imóvel...o cidadão se viu obrigado a entregar o imóvel para o banco, os primeiros efeitos em um quarteirão com uma ou duas casas para vender é desvalorizar todas as outras. Se a oferta é grande, o preço fica mais baixo...a primitiva "lei da oferta e da procura".

Com o imóvel desvalorizado, o valor que se recebe para hipotecar fica cada vez mais baixo, e por fim o lastro se perde quando a confiança acaba. Os bancos restringem a liberação de crédito, e tentam segurar fundos, e esperar pra ver quem vai falir primeiro. Neste cenário de inadimplência, e alto risco para empréstimos, a burocracia faz falta...a mesma burocracia que atrapalha o Brasil a dinamizar sua economia, evitaria a crise nos EUA.

Agora é o momento de compreender o que o funcionamento da economia do Brasil. Como sabemos que os sectores primário e secundário são a base da economia brasileira(agro-pecuária e industria). podemos ver claramente que o lastro verdadeiro do brasil é o emprego. E qualquer crise de abastecimento fica fora de questão, pois basicamente podemos produzir grande parte do básico para movimentar nossa economia. Uma crise tem que atingir os empregos para afectar nossa economia.

Chegamos no ponto crítico, o sector de serviços, o sector que mais cresce nos países "desenvolvidos", é o primeiro a sofrer com essa crise. Observando um fato simples da vida, podemos ter certeza disso, uma família tem redução no seu orçamento tem um cão que recebe banho e tosa na pet shop com serviço de transporte e lacinho de enfeite de brinde, e tem mais inúmeros gastos com todo tipo de serviço, cabeleireiro pra mãe, aula de judô do filho, academia do pai...Para não faltar o feijão com arroz, o cachorro vai tomar banho de mangueira, o filho vai ficar sem judô, a mãe sem escova com formol, e o pai sem musculação.

O sector de serviços sempre é o primeiro a sofrer, e a crise pesa mais onde os serviços são mais amplos, desenvolvidos, e difundidos...ou seja, em países desenvolvidos. O Brasil pode mudar se cada cidadão souber que cada vez que um advogado sai da faculdade, a economia fica mais fraca.
Um advogado não influencia em nada no PIB, um advogado é apenas mais um burocrata, um advogado não produz. cada vez que um professor se forma, e vai para salas de aula, ou vira um pesquisador, o Brasil caminha pra frente. Um professor movimenta o conhecimento, um professor produz conhecimento...alem desse exemplo, temos vários outros, e basicamente chegamos ao ponto que vai tornar o Brasil cada vez mais forte, reconhecer e explorar sua vocação.

O Brasil tem um sistema político ridículo, não podemos considerar como república um lugar governado por liminar judicial e medida provisória. a estrutura burocrática é ineficaz, e ineficiente, e as soluções para essa ineficiência são insustentáveis medidas provisórias, e liminares que estão sobrepondo as leis. É o mesmo que reclamar que estão pulando o muro, e tentar solucionar o problema derrubando o muro. Um exemplo da falha estrutural é chegar ao ponto de discutir legalizar drogas, aborto...que num ponto de vista crítico seria o mesmo que derrubar o muro. Já que ninguém respeita a lei, derruba a lei. No Brasil, os partidos são grupos de interesses, que brincam de fazer lei para seus umbigos.

Então não podemos esperar que os governantes resolvam os problemas. Temos que aproveitar que a vocação do Brasil é o sector primário e secundário, e aproveitar que podemos ostentar uma economia sem inflação, um salário mínimo maior que US$100,00, na verdade é praticamente o dobro disso... e dentro das nossas casas, salvar a economia do Brasil.

Temos que instruir nossos filhos à seguir profissões na área científica, e explorar a área técnica. Superar nosso trauma de inflação e nunca mais fazer compras de mês assim que receber o salário...antes tem que fazer uma lista de compras, e dependendo da região que você vive...pode até fazer as compras pela internet, e comprar os itens da lista em mercados diferentes de acordo com o melhor preço, assim se perde menos tempo pesquisando. Temos que evitar completar o tanque do carro quando recebemos o salário, é melhor ter mais autonomia financeira do que autonomia no tanque que do seu carro.

O Japão tem uma economia oposta ao modelo americano. Os japoneses não gastam dinheiro com facilidade, ao invés de ter cartão de crédito, eles tem dinheiro guardado. A economia não fica muito dinâmica, e eles acabam sendo um exemplo negativo em momentos de crise. O dinheiro fica parado, e o primeiro a sofrer é o comércio.

Para sair da crise com tranquilidade o brasileiro comum vai ter que aprender a pensar. A tranquilidade de ter a geladeira cheia e o carro abastecido acaba se não tiver dinheiro no bolso, mas não adianta nada andar com o carro sempre na reserva do tanque, e viver de geladeira deserta, se na hora de pagar as contas o cidadão pagar tudo junto, ou por ordem de chegada. Pagar conta é perigoso, o seguro é arrumar as contas em uma pilha de papel por ordem de vencimento. Assim você vai saber sempre qual tem que pagar primeiro...e com um calendário como peso de papel sobre essa pilha, você vai manter sua autonomia e pode controlar melhor o seu dinheiro.

Quando não tiver como pagar todas as contas, a primeira conta a ser cortada tem q ser a de telefone. Se você ligar para o atendimento ao cliente, pode negociar o pagamento da conta, e acaba até recebendo gratuitamente serviços que deveriam ser pagos, como bloqueio para ligações para celular, e a conta que não puder pagar, pode ser dividida em varias vezes nas próximas contas.

Temos que dar prioridade aos produtos nacionais, para que nosso dinheiro movimente a economia interna, e para assegurar a manutenção do nosso lastro, que é o emprego.

Investir nos sectores que temos vocação, modernizando a produção( porem o sistema de transporte precário controlado pelo governo atrapalha o escoamento da produção, e aumenta os custos)

Aplicar nosso dinheiro com o aconselhamento do gerente do banco, pois a estrutura bancária tem que crescer sempre, para solidificar o crescimento, e dar liquidez ao sistema financeiro.

Assim teremos a verdadeira revolução, discreta, silenciosa...mas mesmo assim estaremos lutando contra os traumas da inflação, os efeitos da crise, e mostraremos que para ter revolução, não temos que derrubar nem pular os muros, temos que construir o nosso muro, que no sentido figurado representou o conhecimento, e depois de um longo pensamento, uma simples frase reafirma tudo que foi dito, e inspira tudo que será feito.

"Pensar é de graça,não pensar custa caro."

Pedro Paulo N. R. Pimentel

12 comentários:

Alice Daniel disse...

Apesar de longo, tremendamente esclarecedor. Usando uma linguagem simples, consegue o objetivo de fazer o leitor entender todo o processo da crise.

Erich Pontoldio disse...

É na crise que as melhores oportunidades aparecem.

Fabio Bustamante disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabio Bustamante disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabio Bustamante disse...

não estava entendendo muito bem as causas dessa crise. Com essa postagem, pude ficar sabendo algo a mais. Com os problemas da crise, a melhor coisa a fazer é ter ideias inovadoras. Todos nós brasileiros, que acompanhamos diariamente os noticiários, já estamos com um certo entendimento da crise. Parabéns pelos textos do seu blog, que são bem inteligentes

www.arenacruzeiro.blogspot.com

Cinéfilo disse...

Um bocado extenso e, apesar da linguagem coloquial, o texto é bem articulado.
Algumas informações óbvias; outras, bastante úteis.
Vale a leitura.

Inez disse...

Parabéns! Apesar de ser um texto longo é bastante esclarecedor.
Uma coisa tenho aprendido nos ultimos tempos. Na crise tire o s da palavra.

Hugo Bessa disse...

Não ficou cansativo não. Post ficou muito bom.
Parabéns pelo post e pelo blog todo.
Bem interessante.
Abraço

http://apanhadogeral.wordpress.com/

Ágda Santos disse...

Falar de politica é sempre dificil, mas você usou uma linguagem muito fácil. Só a frase final que ficou clichê demais.
Mesmo assim parabéns.

Anônimo disse...

É longo...assumo q não li tudo...não pelo tamanho..mas ler sobre crise econômica às 4 da manhã..não rola...

mas a ultima frase..é foda..

abraço.

P. disse...

Carol Santos

a frase final é de minha autoria, assim como cada frase do texto.

eu intendo como sendo clichê, aquilo que se torna lugar comum.

nunca vi mais ninguem usando a minha frase...presumo que seja uma frase com uma conclusão previsível, e talvez esta seja a causa do seu intendimento como sendo clichê

muito obrigado pelos comentários, são os comentários que me inspiram a compartilhar cada vez mais postagens no Blog

e o bla bla bla continua...

Magno disse...

Gostei do seu espaço/estilo.

Abraços!

http://selvabrasil.blogspot.com